Tuesday, July 12, 2005

Vidas

"Quero estar, sempre, Aqui"
(click em cima da fotografia, para ampliar)

Procurei-te no meu saco de palavras,
e não as tinha,
procurei-te no meu cofre de ternura,
mas estava vazio, de ti,
procurei-te noutros cantos da vida,
e, de tudo o que havia,
extraído o ar da agonia,
não encontro frieza, ou alegria,
por agora estares aí,
e eu, aqui.

Ora te oiço, ora se apaga,
ora se afasta num murmúrio,
a tua voz, que me lembrou,
porque ficámos, um dia,
nós os dois, assim,
cada um, no seu lado da vida.

Frágeis pontes, as que nos ligam,
De tão frágeis que já não unem,
Ruirão naquele dia
em que eles, no seu destino,
se lançarem no seu caminho
e nos separarão, para sempre.
nesta viagem, só de ida.
Como é bom, ver-te ao longe
e saber que não estás aqui,
ser livre de procurar,
outros, os horizontes,
e a paz, que não consegui, de ti

31 Comments:

Blogger Anna^ said...

Bom dia :)
Linda a paisagem da foto!
Qto ao poema,ainda anda muita mágoa por aí!...mas pelo menos essa busca da paz já foi iniciada...e isso é bom!

bjokas ":o)

Thursday, 14 July, 2005  
Anonymous Anonymous said...

Como sempre, lindo.
Triste, mas belo.
As pontes também se refazem, noutros sentidos...as que já existem e outras, que possam vir a existir.

Mas dá-me medo...

Um beijo. Amo-te.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Anna,
Acontecimentos recentes, sobre "as pontes que existem, nos ligam mas já não nos unem", fizeram com que ouvisse, de novo, a outra voz, por sua iniciativa, a um SMS meu.

Não gostei, nem desgostei, mas fiquei surpreendido e senti um grande alívio ao ouvi-la, face à ansiedade em que eu me encontrava pelo "problema junvenil agudo" que tínhamos entre mãos.

Foi, também, um grande alívio ler palavras de sabedoria e decisões por que há muito eu clamava, enquanto pai afastado. Soube muito bem ver uma pequenina janela abrir-se na barreira de fogo e gelo por onde se pudessem circular pequenas mensagens e troca de informação, com o pai e a mãe a coordenarem-se nas atitudes e na delegação de mais responsabilidades para "este lado".

Aqui sim, senti, momentâneamente, uma imensa alegria, mas sem nunca deixar de desconfiar e de me interrogar sobre o "porquê, agora e assim, de repente".

Porque os desacordos e os conflictos continuam latentes, a realidade do que e como aconteceu continua viva, bem como a do que acontece e irá acontecer: mais desacordos, conflictos judiciais e cada um à sua vida, na busca da felicidade, de que sempre farão parte os filhos.

Quando eles se "largarem", esta ponte que nos liga, mas não nos une, desmoronar-se-à, para sempre.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Anónima,

É verdade que outras pontes de ligação e, espero, de união, serão construídas, outras serão refeitas, mas, das que existem, muitas irão ruir, quando deixarem de ser necessárias para a ligação que justifica a sua existência.

Obrigado pelo muito afectuoso cumprimento.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Anna, sobre a foto, foi tirada na Tapada da Mina de São Domingos, ao pé de Mértola. Água aquecidinha pelo sol, momentos de placitude inesquecíveis, desde que se fuja dos fins-de-semana.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Ana Luísa said...

Que posso eu dizer?... O óbvio: a foto é lindíssima e dá vontade para se ir conhecer o sítio que referes.
O menos óbvio: não sou engenheira civil nem arquitecta, não percebo nada de pontes. Só sei, por causa dum documentário que vi, que podem ruir ou abanar mto por causa do vento... E neste momento a tu ponte tem 2 pilares mto fortes que impedem essa ponte de cair. E mesmo que caia o 'tabuleiro', os pilares vão lá estar, para sempre... Isso é incontornável... Por isso, tem calma se o vento soprar demais...
Todos os conflitos, mesmo judiciais, se resolvem... E lamento dizer isto mas fala a minha "experiência" e a de uma amiga advogada - juíza dentro de 2 meses, tu és pai/homem... Em 97% dos casos, os juízes acham sempre que as mulheres/mães são as 'vítimas', incompreendidas...
Bjs e mta força.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Obrigado, Ana Luisa.

Sobre esses dois pilares, já passam duas novas pontes, que vou reforçando e substituirão a que existia no seu lugar.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Anna^ said...

Tsupy pelo menos essa ponte q n existia,está aí...aliviando assim um ponto comum e que merece muito respeito...afinal nada pode ser assim tão mau...o tempo tb ajuda a digerir as azias...penso eu de que!

bjokas ":o)

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Misty said...

Olá, bom dia, tsupyzinho.

Gosto da tua foto (por acaso, eu tou a ficar invejosa - voces os dois tiram cada foto...eu sou boa a cortar cabeças...).

Gostei do poema. "As usual"...
Uma vez uma amiga que a gente conhece disse para chutares o passado fora, que é para a frente que é o caminho.
Às vezes doi ir em frente, seja a reconstruir pontes, seja a desbravar terreno, mas ela tinha razão... e pelo menos, já estás a andar...devagarito, mas para a frente, certo?

Bjito.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger OnlyMe said...

O que dizer? Mais uma vez... obrigado pelo que me transmites e pelo que és! Jinhos e fica bem.

Thursday, 14 July, 2005  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

T, gostei muito do poema... parte dele dói aqui dentro...

Mas é real o que dizes, qd não há filhos muitas vezes a ponte não existe sequer, ou enquanto existe é de tal modo construída sobre mágoa e raiva que os alicerdes rápidamente se esboroam...

Poucos são os que mantêm amigos... unidos por ponte alguma. Conheço alguns. Sei que é possível. Mas a norma é o esquecimento. É o seguir em frente...

Friday, 15 July, 2005  
Blogger Misty said...

...até porque duranto o processo de ruptura, diz-se quase sempre tanta coisa, e tão cruel, que seguir em frente, em estradas e pontes diferentes é normalmente o melhor a fazer...

Bom dia, Tê.

Kisses

Friday, 15 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Olá.

O rumo que as coisas hoje têm, poderá alterar-se amanhã.

Depois de cada um encontrar e seguir o seu rumo, tudo poderá acontecer, quer uma aproximação amistosa, quer, simplesmente, o esquecimento e o antagonismo.

O facto de, no futuro, ruirem as pontes que hoje nos ligam, a criação e educação dos filhos, não significa que não se venham a construir outras pontes de amizade e tolerância.

Só que, nem sempre é assim. A vida o ditará.

Friday, 15 July, 2005  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

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Saturday, 16 July, 2005  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

T,
Tu andas febril ou o excesso de fãs está deixar-te nervoso...


"Olá" ???

Arre... pleaseeeeee queremos o T beijoqueiro! (Não é meninas? É já enviar-lhe 500 mails a massacrá-lo!!!)

Jinhos dos doces!

(até escrevi com erros!)


---
Qt ao resto... realmente o futuro o dirá...

Saturday, 16 July, 2005  
Blogger Eva Lima said...

uma pessoa vem de mansinho e...pumba, leva com um poema destes! Ó Tê, tem dó, é tempo de férias, de brisas leves, ditos brejeiros, and so on...

beijinhos

p.s. mas é bonito, pá

Sunday, 17 July, 2005  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

Bom dia rapaz :) *

Monday, 18 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Eva, obrigado pela visita.
Ao contrário do que possamos pensar, certos capítulos da nossa vida não podem, pura e simplesmente, serem fechados. Mesmo depois de lido o livro, temos que a ele voltar muitas vezes, e até quando, não o sei. É asfixiante, principlamente quando estamos a escrever novos livros.

Beijinho grande e continuação de umas santas e descançadas férias.

Monday, 18 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Raquel, toma lá um beijo, pá, e depois não me venhas dizer que alguém ficou chateado comigo, porque quando beijo é mesmo á séria ...CHHHHHHHHUUUUUUUUUAAAAACCCCCC! Agora recupera o fôlego ...

Monday, 18 July, 2005  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

oh pá! Comporte-se!

LOLOLOL

(ficou a marca na bochecha! e agora... ai... ai...)


:*
Chuac!

Monday, 18 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

..... ????? .... qual "bochecha"?

Monday, 18 July, 2005  
Blogger Raquel Vasconcelos said...

DA CARA!
Qual havia de ser??????

Monday, 18 July, 2005  
Blogger Misty said...

...bom dia, meninos!
...cof, cof...am i interrupting something??...

;o)

Tuesday, 19 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

Olha, Misty, estou a perder qualidades. Já nem acerto com um beijo.

Tuesday, 19 July, 2005  
Blogger Misty said...

...ó homem, tu não me digas?!

Opá, do que estás a precisar é de um bifinho do lombo, com ovinho e arrozinho...servido num tabuleiro, que é para poderes descansar no sofá, enquanto vês a bola...(o tipo já foi contratado pelo Chelsea, verdade?...lol)

Nos "entretantos", podes ser um querido e dares-me um beijinho a mim também - pra treinar, obviamente!
Sim, porque eu tou "inbejosa" da Raquel! Não se pode estar um diazinho fora, que é isto!

Tuesday, 19 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

... ah, com um bifinho e um ovinho, tá bem. Então toma lá um bêjo,

CCCCCCHHHHHHHHHHHUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAACCCCCCCCCCCCCCCCCCCC!

Olha que este beijo é ... "trepador" ...

Tuesday, 19 July, 2005  
Blogger Misty said...

...bem!...fiquei sem fôlego!

...alguém me dá um bitoque, sff?

He he he...

(gulp, ai o lobo mau!)...

Tuesday, 19 July, 2005  
Blogger Tão só, um Pai said...

... ah, que alívio, parece que, desta vez, acertei. Até lhe tomei o gosto ...

Tuesday, 19 July, 2005  
Anonymous Anonymous said...

...glad to be of assistance!

;)

Tuesday, 19 July, 2005  
Anonymous Anonymous said...

Nunca tinha visto este"espaço" e confesso, estou emocionada. Escreve bem e, de algum forma, consigo identificar-me.
Sou a "mãe" que está na situação contraria, a q n vê sua filha há mais de 2 anos e infindáveis meses...
Sim, são frágeis as pontes q nos ligam, aos pais/mães dos nossos filhos mas, n podem ser frágeis nem fragilizadas as q nos ligam a eles;que´desejámos, gerámos e serão o unico elo de ligação, até ao fim dos nossos dias! Se ao menos conseguissemos
"manter" as suas "bases". Lamentavelmente,por vezes, impossivel.E são precisamente eles, os filhos, quem mais sofre.
Pelo poema, tb dá para perceber q procura agora, novos horizontes. Excelente! Fico feliz! Infelizmente, ainda tenho mto receio de o fazer...mas estou a tentar.
Desculpe...alonguei-me. Repito, senti alguma identificação.Tudo de bom!

Saturday, 27 August, 2005  
Anonymous Anonymous said...

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Thursday, 26 April, 2007  

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